quinta-feira, 16 de junho de 2011

Valorizando a vida!!!!! Sempre.

Conta a lenda que um rico mandarim chinês encheu-se de tédio pela sua vida faustosa e pelo seu poder sem limites. Nada mais despertava seu interesse, não sentia prazer por coisa alguma. Seus desejos mal eram formulados e já estavam realizados. Tinha perdido sua ligação com a vida e não havia nele a vontade de viver. Percebeu a insensatez e a inutilidade de sua existência e temeu ficar louco. Para acabar com o sofrimento, o rico mandarim ordenou ao seu barbeiro que, num dia qualquer, sem nenhum aviso, ao fazer-lhe a barba, cortasse-lhe a garganta. Era uma ordem e tinha de ser obedecida.

Nos primeiros dias, o mandarim se fez barbear com toda tranqüilidade, pois não esperava que a ordem fosse cumprida de imediato, mas, à medida que o tempo avançava, começou a se perguntar se o dia seria amanhã.

O mandarim passou então a viver cada dia como se fosse o último. Livre da obrigação de viver, o rico mandarim se permitia ver como era lindo o amanhecer, como eram diferentes os tons de verde dos seus campos, como era alegre o canto dos pássaros e como eram belas as suas cores, como eram imponentes e cheios de força os rios que cortavam suas propriedades. Viu também toda a beleza de uma tormenta, numa exibição gratuita de energia e violência. Viu também que tinha um corpo e se deu conta de que, só tendo um corpo capaz de sentir, podia viver a beleza da vida. Por tudo isso valia a pena viver!

Agora o barbear era uma agonia e, embora tivesse dado uma contra-ordem ao barbeiro, trocou de barbeiro, por via das dúvidas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Um lamento.

Um novo sentimento tomou conta de mim. E não gostei nem um pouco dele. Hoje, como em outras ocasiões da minha vida, queria ter oportunidade para refazer algumas coisas, me comportar de forma diferente. Bem, vou parar de querer consertar o que não tem conserto e apenas me dá o direito de lamentar. Perdi uma amiga, a morte pela primeira vez na vida veio como um raio e estou sentindo na pele a dor do nunca mais. Que ruim. Estou me sentindo um lixo. Um lixo pela péssima amiga que eu fui. Como eu pude não saber que minha amiga de tanto tempo estava doente, estava sofrendo? Como pude passar tanto tempo sem notícias dela, e quando soube, soube simplesmente que ela morreu¿ Como assim morreu? O fator surpresa não é nada raro, mas não, eu deveria saber. Eu deveria ter tido a chance da última vez, do ultimo sorriso, do último conselho, da última gargalhada. E o que eu fiz? Continuei preocupada com a própria vida. Com meus próprios problemas, pois eu sabia que quando eu “tivesse um tempinho” eu iria vê-la, iria fazer uma visitinha. A penúltima vez que a vi, conversamos, rimos. Ouvi dela sobre o fato dela não estar bem,de se sentir muito cansada, e não ser mais aquela pessoa alegre e bem disposta de antes. Brincamos de que o tempo é implacável e que ela estava ficando velha de verdade. Lógico que ela não perdeu o bom humor, brincou sobre meu cabelo, falou sobre uns filmes novos que ela estava baixando e de como o netinho estava lindo e crescido. Preocupou-se em saber se eu estava bem, se eu estava gostando do meu novo trabalho, e como estava emocionalmente. Demos umas boas gargalhadas e ela se foi. Naquele dia pensei:Quando tiver um tempo vouacasa dela. Esse tempo eu não tive. Simplesmente achei que seria eterno. Sempre pensamos que vai ser eterno. Sempre. O último encontro foi daquele bem típico do mundo moderno. Ela estava com pressa, eu estava com pressa (pressa de que¿), paramos rapidinho, um beijinho, um abraço, e um “Vai almoçar lá em casa qualquer dia.” Esse almoço não aconteceu e agora estou aqui amargando um “e se”.

Fiquei triste, pois por eu ter mudado meu número de celular, não conseguiram me avisar a tempo de ir ao velório, claro que fiquei super triste por isso, mas agora pensando bem acho que foi melhor. De que iria me adiantar velar e participar do enterro. Para isso eu arrumaria um tempo né? É melhor guardar a imagem da Rita bem viva no meu coração!

E aí, vem outra máxima: “Só quando perdemos é que, realmente, descobrimos o quanto aquilo ou aquela pessoa era importante nas nossas vidas.” Não seria mais fácil distribuirmos o amor, a afeição, elogios (sinceros por favor), enfim.. dar a quem amamos o melhor de nós mesmos?

Vez em quando leio um e-mail falando dessa falta de tempo e como é triste quando você, realmente não tem tempo de falar algo para uma pessoa que ama! Sempre achei lindo esse tipo de e-mail, mas não pensei que ele poderia ser tão real na minha vida! Então... pode parecer piegas, mas insito: Se tem algo para falar com alguém importante, não deixe para amanhã. Quantos elogios ficam só na mentem por acharmos que ainda não é hora de falar! Pois fale! Se expresse, abrace. Não deixe para amanhã.