Essa semana eu pude perceber como um trauma do passado, há muito esquecido, pode sim retornar com a força total!!!
Devia ter uns 7 ou 8 anos, e fui com minha mãe e minha tia a uma escola fazer a rematrícula do meu tio caçula. Como estava no período de férias, eu me recordo que era tudo muito grande e muito vazio. Fui com a minha tia ao banheiro, desses que a porta é cortada e havia uns 10 lugares... Na hora que entramos ela travou e ouviu-se um clique. Eu fiz xixi, ela também e na hora de sair.. nada! Trancadas. O banheiro estava muito longe da recepção e simplesmente não adiantou nada gritar, bater. A única lembrança que eu tenho é da sensação de sufoco (o que era totalmente surreal, pois o que mais havia era entrada de ar), e me recordo que minha tia ria de mim falando que logo iriam nos achar. Eu gritei, chorei muito, principalmente pq não conseguia respirar direito. Enfim, não sei quanto tempo fiquei presa naquele banheiro ridículo. Só sei que depois desse episódio, não tranquei mais porta alguma! Cresci assim, entrando nos lugares e me certificando de que as portas ficariam devidamente abertas.
Durante a adolescência foi um fiasco, pq quando saía com minhas amigas era aquela saga, alguém sempre tinha que segurar a porta pra mim e não fechar. O tempo foi passando e fui tendo mais confiança de que não ficaria mais presa! E quando entrava em algum banheiro ou quarto que teria que fechá-lo, simplesmente virava a chave, me certificava de que abriria normalmente e aí sim a fechava. Para mim esse pânico fazia parte do passado.. até sexta-feira a noite:
Estava sozinha no trabalho e fui ao banheiro antes de me preparar para o descanso! Girei a chave normalmente, fiz o que tinha que fazer e fui sair, não consegui. Estava de luvas e calmamente a tirei e tentei novamente! Nada.. aí sim, os sintomas voltaram, comecei a sentir um rubor nas bochechas, e um calor absurdo! E simplesmente o ar começou a faltar e a voz a falhar. Dei um grito abafado chamando minha colega de trabalho que ainda estava acordada! Não sei quanto tempo se passou, mas a angustia foi tamanha que parei de raciocinar! O socorro veio rápido! Mas me senti com sete anos! Que ruim né?
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